quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O que é Terapia Cognitivo-Comportamental?


 Neste primeiro post gostaria de escrever um pouco sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), suas origens e seu desenvolvimento ao longo dos anos.



       
          A Terapia Cognitivo-Comportamental, nome que se tornou popular no Brasil, refere-se à Terapia Cognitiva de Aaron Beck, um psiquiatra que, na década de 60 na Filadélfia, desenvolveu um modelo de intervenção psicológica a partir de seus estudos sobre a depressão. Ele constatou que pacientes com este diagnóstico apresentavam uma melhora considerável em seu quadro de humor quando expostos a atividades consideradas por eles como prazerosas. A partir de então, seguiu com uma série de estudos sobre o transtorno, chegando finalmente a três pressupostos fundamentais de sua teoria: 1) a percepção distorcida que o indivíduo tem das situações, e não as situações em si, influencia o seu modo de sentir e de agir, resultando em um quadro patológico; 2) as cognições podem ser monitoradas e modificadas; 3) a mudança do comportamento e dos sentimentos podem ser promovidas através da modificação dos esquemas cognitivos.
           Quando falamos em esquemas cognitivos, cognições, pensamentos, sistema de crenças, estamos nos referindo a um grupo de convicções, “jeitos” de pensar, de interpretar, de perceber a nós mesmos, os outros e o futuro. Beck notou que os pacientes com depressão apresentavam uma percepção negativista acerca de si, dos outros/mundo e do futuro, a qual interferia em seus sentimentos e comportamentos.     
        Com o passar do tempo, novos estudos foram realizados e seus resultados serviram como confirmação, complemento e desenvolvimento da abordagem beckiana. Vale a pena ressaltar que a TCC é totalmente fundamentada por pesquisas científicas no âmbito das ciências do comportamento, processos cognitivos e neurociências, o que a torna uma abordagem fidedigna. Através dessas pesquisas, a Terapia Cognitiva, que inicialmente foi desenvolvida para o tratamento de pacientes adultos com transtorno de humor unipolar, hoje é utilizada com todas as idades na intervenção de diversos transtornos, tais como: transtornos de humor, transtornos de ansiedade, de personalidade, de déficit de atenção/hiperatividade, transtornos alimentares, transtornos do sono, transtornos de tiques, dependências químicas, etc.
  A base da Terapia Cognitiva é justamente o pressuposto de que interpretações distorcidas acerca dos eventos guiam os sentimentos, comportamentos e reações neurovegetativas do indivíduo, o que resulta em seu sofrimento. O objetivo da intervenção clínica de abordagem cognitivo-comportamental é de transformar o pensamento e o sistema de crenças disfuncionais do paciente, de forma que sejam promovidas alterações duradouras nos aspectos emocionais e comportamentais do mesmo.  
 Pesquisas confirmam a eficácia da TCC nos mais variados casos de transtornos mentais. Por se tratar de uma terapia focada no problema do indivíduo, os resultados podem ser alcançados mais rapidamente do que em outras abordagens, o que é um ganho muito grande para o paciente. 



Carolina Faria Arantes
Esp. Terapia Cognitivo-Comportamental
Mestranda em Psicologia da Saúde

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