Preocupações – Até que ponto elas são saudáveis?
A
preocupação é um processo normal inerente à condição humana. Todos nós ficamos
preocupados diante de eventos importantes que devemos enfrentar ou quando
alguma situação ruim e ameaçadora está na iminência de acontecer. Ela tem a
função construtiva de nos alertar e nos preparar para a solução de problemas
futuros, gerando baixo nível de ansiedade. Porém, em alguns casos a preocupação
assume uma característica exagerada, o que resulta em ansiedade intensa e, consequentemente,
no sofrimento do indivíduo.
A
preocupação patológica tem origem na antecipação exagerada de possíveis
resultados negativos futuros, o que gera e mantém a ansiedade do indivíduo. Ela
funciona como um lembrete persistente de uma ameaça que é repetidamente pensada
e ensaiada, sem que de fato se resolva. O indivíduo tem a percepção equivocada
de certeza, previsibilidade e controle dessa ameaça.
A
preocupação e ansiedade excessivas com relação a inúmeras circunstâncias da
vida são as principais características do Transtorno de Ansiedade Generalizada
(TAG). Pessoas com TAG se queixam da dificuldade em controlar suas preocupações
e de outros sintomas, como: inquietação, irritabilidade, tensão muscular,
perturbação do sono e dificuldade de concentração.
No
Transtorno de Ansiedade Generalizada, as preocupações são reflexos das metas e questões
pessoais do indivíduo, além da visão que este possui de si mesmo, dos outros e
do seu futuro. Em geral, pessoas com TAG se veem como fracas e incapazes de
controlar e/ou resolver situações difíceis. Assim, uma tarefa desafiadora pode
desencadear pensamentos e imagens ameaçadores voltados ao futuro e relacionados
com as metas e tarefas daquele momento da vida do indivíduo.
O
TAG, ao contrário de outros transtornos de ansiedade, como o pânico e fobias, apresenta
características difíceis de serem identificadas como sintomáticas, pois seus
sintomas acompanham o indivíduo durante muitos anos, fazendo com que pareçam
mais um “jeito de ser” do que um transtorno psicológico. Na maioria das vezes,
a pessoa busca a ajuda do terapeuta devido aos sintomas agudos de depressão ou ansiedade, que podem ser desenvolvidos caso o Transtorno de Ansiedade Generalizada não
seja devidamente tratado.
Sendo
assim, é importante que o indivíduo que apresente preocupações excessivas com
eventos futuros e uma visão ameaçadora dos mesmos procure um psicólogo. Através
da psicoterapia, o indivíduo aprenderá novas estratégias cognitivas e
comportamentais que o ajudarão a lidar com situações desafiadoras de forma mais
adequada, resultando na diminuição da ansiedade, aumento da autoconfiança e da capacidade
de resolução de problemas, tendo como consequência, maior qualidade de vida.
Fonte: Clark, D. A. & Beck, A. T. (2012). Terapia Cognitiva para os transtornos de ansiedade. Porto Alegre: Artmed.
Fonte: Clark, D. A. & Beck, A. T. (2012). Terapia Cognitiva para os transtornos de ansiedade. Porto Alegre: Artmed.
Carolina Faria Arantes
Esp. Terapia Cognitivo-Comportamental
Mestranda em Psicologia da Saúde