terça-feira, 13 de janeiro de 2015

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Carolina Arantes

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Preocupações – Até que ponto elas são saudáveis? 




A preocupação é um processo normal inerente à condição humana. Todos nós ficamos preocupados diante de eventos importantes que devemos enfrentar ou quando alguma situação ruim e ameaçadora está na iminência de acontecer. Ela tem a função construtiva de nos alertar e nos preparar para a solução de problemas futuros, gerando baixo nível de ansiedade. Porém, em alguns casos a preocupação assume uma característica exagerada, o que resulta em ansiedade intensa e, consequentemente, no sofrimento do indivíduo.
A preocupação patológica tem origem na antecipação exagerada de possíveis resultados negativos futuros, o que gera e mantém a ansiedade do indivíduo. Ela funciona como um lembrete persistente de uma ameaça que é repetidamente pensada e ensaiada, sem que de fato se resolva. O indivíduo tem a percepção equivocada de certeza, previsibilidade e controle dessa ameaça.
A preocupação e ansiedade excessivas com relação a inúmeras circunstâncias da vida são as principais características do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Pessoas com TAG se queixam da dificuldade em controlar suas preocupações e de outros sintomas, como: inquietação, irritabilidade, tensão muscular, perturbação do sono e dificuldade de concentração.
No Transtorno de Ansiedade Generalizada, as preocupações são reflexos das metas e questões pessoais do indivíduo, além da visão que este possui de si mesmo, dos outros e do seu futuro. Em geral, pessoas com TAG se veem como fracas e incapazes de controlar e/ou resolver situações difíceis. Assim, uma tarefa desafiadora pode desencadear pensamentos e imagens ameaçadores voltados ao futuro e relacionados com as metas e tarefas daquele momento da vida do indivíduo.
O TAG, ao contrário de outros transtornos de ansiedade, como o pânico e fobias, apresenta características difíceis de serem identificadas como sintomáticas, pois seus sintomas acompanham o indivíduo durante muitos anos, fazendo com que pareçam mais um “jeito de ser” do que um transtorno psicológico. Na maioria das vezes, a pessoa busca a ajuda do terapeuta devido aos sintomas agudos de depressão ou ansiedade, que podem ser desenvolvidos caso o Transtorno de Ansiedade Generalizada não seja devidamente tratado.
Sendo assim, é importante que o indivíduo que apresente preocupações excessivas com eventos futuros e uma visão ameaçadora dos mesmos procure um psicólogo. Através da psicoterapia, o indivíduo aprenderá novas estratégias cognitivas e comportamentais que o ajudarão a lidar com situações desafiadoras de forma mais adequada, resultando na diminuição da ansiedade, aumento da autoconfiança e da capacidade de resolução de problemas, tendo como consequência, maior qualidade de vida.



Fonte
Clark, D. A. & Beck, A. T. (2012). Terapia Cognitiva para os transtornos de ansiedade. Porto Alegre: Artmed.


Carolina Faria Arantes
Esp. Terapia Cognitivo-Comportamental
Mestranda em Psicologia da Saúde

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O que é Terapia Cognitivo-Comportamental?


 Neste primeiro post gostaria de escrever um pouco sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), suas origens e seu desenvolvimento ao longo dos anos.



       
          A Terapia Cognitivo-Comportamental, nome que se tornou popular no Brasil, refere-se à Terapia Cognitiva de Aaron Beck, um psiquiatra que, na década de 60 na Filadélfia, desenvolveu um modelo de intervenção psicológica a partir de seus estudos sobre a depressão. Ele constatou que pacientes com este diagnóstico apresentavam uma melhora considerável em seu quadro de humor quando expostos a atividades consideradas por eles como prazerosas. A partir de então, seguiu com uma série de estudos sobre o transtorno, chegando finalmente a três pressupostos fundamentais de sua teoria: 1) a percepção distorcida que o indivíduo tem das situações, e não as situações em si, influencia o seu modo de sentir e de agir, resultando em um quadro patológico; 2) as cognições podem ser monitoradas e modificadas; 3) a mudança do comportamento e dos sentimentos podem ser promovidas através da modificação dos esquemas cognitivos.
           Quando falamos em esquemas cognitivos, cognições, pensamentos, sistema de crenças, estamos nos referindo a um grupo de convicções, “jeitos” de pensar, de interpretar, de perceber a nós mesmos, os outros e o futuro. Beck notou que os pacientes com depressão apresentavam uma percepção negativista acerca de si, dos outros/mundo e do futuro, a qual interferia em seus sentimentos e comportamentos.     
        Com o passar do tempo, novos estudos foram realizados e seus resultados serviram como confirmação, complemento e desenvolvimento da abordagem beckiana. Vale a pena ressaltar que a TCC é totalmente fundamentada por pesquisas científicas no âmbito das ciências do comportamento, processos cognitivos e neurociências, o que a torna uma abordagem fidedigna. Através dessas pesquisas, a Terapia Cognitiva, que inicialmente foi desenvolvida para o tratamento de pacientes adultos com transtorno de humor unipolar, hoje é utilizada com todas as idades na intervenção de diversos transtornos, tais como: transtornos de humor, transtornos de ansiedade, de personalidade, de déficit de atenção/hiperatividade, transtornos alimentares, transtornos do sono, transtornos de tiques, dependências químicas, etc.
  A base da Terapia Cognitiva é justamente o pressuposto de que interpretações distorcidas acerca dos eventos guiam os sentimentos, comportamentos e reações neurovegetativas do indivíduo, o que resulta em seu sofrimento. O objetivo da intervenção clínica de abordagem cognitivo-comportamental é de transformar o pensamento e o sistema de crenças disfuncionais do paciente, de forma que sejam promovidas alterações duradouras nos aspectos emocionais e comportamentais do mesmo.  
 Pesquisas confirmam a eficácia da TCC nos mais variados casos de transtornos mentais. Por se tratar de uma terapia focada no problema do indivíduo, os resultados podem ser alcançados mais rapidamente do que em outras abordagens, o que é um ganho muito grande para o paciente. 



Carolina Faria Arantes
Esp. Terapia Cognitivo-Comportamental
Mestranda em Psicologia da Saúde